quinta-feira, 15 de abril de 2010

Diário de viagem - Antônio Cândido

"Como se a rotina atual fosse nula (e ela de fato é) vivo de reminiscências. Minha memória é meu mundo real. Do princípio da consciência enquanto ser consciente até o momento de minha derrota enquanto ser vivo; tudo quanto falhei em relação a expectativas dos dias atuais reviro como se novo aos meus olhos fosse. E hei de encontrar assim o caminho dos meus dias futuros em que estarei a revirar os dias atuais buscando significado concreto qualquer."

Trecho retirado de um dos diários de viagem de Antônio Cândido, escrito enquanto percorria de trem os 420km da vila onde nunca esteve até a cidade onde nunca estará.

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