Vivo pelas manhãs ainda envolto à brisa torpe das madrugdas de embriaguez da alma. Ando pelas ruas iluminadas pelo sol voraz do dia novo, ruas cinzas - sempre cinzas - para os meus olhos. Com a visão turva observo todas as nuances de vidas outras que me cruzam o caminho.
O trem de ferro que corta a cidade baixa central atravessa e atrasa a toda a gente de obrigações diurnas.
Em cada olhar percebo uma alteração, um reflexo distorcido da minha e de tantas outra almas; alguns reflexos iluminados como a rua do dia novo; alguns outros alheios a tudo; reflexos obtusos da gente que se atrasa à passagem do trem, da gente que faz troça de observadores do mundo e os oculta; reflexos vis de toda a gente incapaz de aperceber a incoerência da própria existência.
Sobressai-se por vezes olhares soturnos carregados da angústia inconsciente do mundo a esvair-se.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
Às segundas-feiras belas dos dias frios
Murmúrios de vidas expostos ao mundo, sons graves dos sonos desdormidos embalam e alegram as manhãs noturnas dos dias escuros. Mas não, não essa manhã, não; o sol não cansa e não descansa, a vida ruboriza-se dos dias de desapego passados como relâmpago; e todo o rubor se esvai com todos os sons das manhãs belas dos dias frios. As pessoas apenas existem alheias ao quando e onde acaba-se a vida.
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